Na passada Primavera, as várias entidades parceiras do Projeto LIFE Saramugo, iniciaram os trabalhos de atualização da distribuição e abundância do saramugo na bacia do Guadiana.
Na passada primavera, técnicos da LPN, ICNF, Universidade de Évora e Aqualogus (entidades parceiras do Projeto LIFE Saramugo), percorreram as várias ribeiras afluentes do rio Guadiana procurando a presença do saramugo, Anaecypris hispanica. Esta amostragem incidiu sobre as sub-bacias em que a presença da espécie é conhecida no passado mais recente, nomeadamente nas sub-bacias do Caia, Xévora, Degebe, Álamo, Ardila, Chança, Carreiras, Vascão, Foupana e Odeleite.
Esta ação teve como objetivo o levantamento e atualização da situação populacional do saramugo, quer em termos de distribuição e abundância, quer em termos dos fatores de ameaça, identificando assim o estado de conservação das ribeiras.
Os dados recolhidos nas últimas duas décadas indiciavam uma tendência negativa na abundância e uma redução da área de distribuição deste pequeno peixe ciprinídeo. Com esta nova monitorização pretende-se avaliar a evolução destes parâmetros nomeadamente em relação à situação observada no anterior Projeto LIFE Saramugo (1997-2000).
A análise da informação recolhida aponta para uma acentuada regressão da distribuição da espécie, uma vez que a espécie foi detetada apenas em cinco, das 10 sub-bacias indicadas anteriormente, e em número significativamente reduzido. Ainda durante o Projeto LIFE Saramugo irá dar-se continuidade a esta monitorização, investindo noutras técnicas de recolha de informação e noutros períodos do ano, no sentido de recolher dados que permitam avaliar o estado das populações de saramugo nas ribeiras onde foi detetado.
Os fatores de ameaça identificados nesta monitorização mantêm-se os mesmos já referidos no Plano de Ação para o Saramugo e que serviram de base aos objetivos de intervenção do Projeto LIFE Saramugo, onde se destacam a presença de gado no leito das ribeiras, a presença cada vez mais significativa de peixes exóticos, vegetação ribeirinha parca e a utilização abusiva da água dos pegos durante o período de estio.